Muito bem senhoras e senhores, estamos aqui com mais um episódio das aventuras do Mestre nas crônicas da CLT, aqui é onde o bicho pega e a coisa acontece, aqui é onde o filho chora e a mãe não vê 😆.
No episódio de hoje irei relatar sobre o meu retorno
ao mundo do trabalho escravo.
Como todos já devem saber por terem lido aqui e aqui meu
penúltimo trabalho pisou no tomate comigo mesmo após anos de esforço e
dedicação. Tudo o que um beta queria era uns trocadinhos a mais no bolso mas
isso me foi negado veementemente. Então com o espirito da pomba gira revolta no corpo
chutei o balde e dei o fora de lá.
Meses se passaram fiquei na maciota recebendo seguro o que veio muito a calhar por conta da pandemia. Logo após receber tudo me vi obrigado a retornar para o mercado de trabalho já que outras opções como concurso ou empreender estava fora de cogitação. E lá vai eu naquela luta de preparar currículos e participar de entrevistas de emprego.
Eu já estava meio enferrujado e tive que treinar em casa
frente ao espelho analisando postura, dicção e como responderia as perguntas
que sempre fazem como por exemplo “Porque devo te contratar” ou “Porque você
saiu do seu último emprego”. Parecem perguntas simples mas se você não tiver
uma boa resposta pra isso irá se dar mal, principalmente se falar mal do seu
último trabalho, isso não pode em hipótese nenhuma.
Enfim, fiz várias entrevistas, muitas vezes ia às cegas sem
saber sobre o que seria o trabalho ou o salário em si, o que é uma merda porque
você chega para fazer entrevista em uma puta empresa gigante mas quando vai ver
o salário e os benefícios que quando tem são ridículos. Uma grande perda de tempo.
A melhor opção que encontrei foi um trabalho temporário de
três meses, com salário e benefícios razoáveis. Praticamente eu faria a mesma
coisa que fazia no último emprego mas a carga de trabalho era bem menor o
que me deixou mais tranquilo. Consegui o trabalho e fiquei lá pelos três meses
mas pouco antes de concluir o prazo de termino de contrato eu já estava novamente
distribuindo currículos e participando de entrevistas quando podia. Afinal eram
só três meses.
Evidentemente que encontrei trabalhos que fiquei muito
interessado de conseguir seja pelo salário, pela função ou ainda pela empresa
em si, e estes que são os melhores infelizmente são também os mais concorridos, a
concorrência é insana, é nego com mestreado, pós graduação, trinta mil
anos de experiência, fluência em 45 idiomas e por ai vai. O Mestre aqui com
uma facu meia boca e apenas um MBA xexelento ficava no chinelo obviamente. 😌
Agora teve um episódio que se passou comigo que eu fiquei
extremamente constrangido mas eu não terei vergonha de contar aqui pra vocês
porque estamos aqui para aprender com os nossos erros e com os erros dos outros
também. Estou longe de ser perfeito e possuo várias limitações e uma delas é
falar em público. Realmente essa não é a minha praia.
Mas o fato em questão foi que eu estava de olho em uma grande empresa e esta anunciou uma vaga de emprego e eu prontamente me candidatei. Alguns dias depois para minha surpresa fui convidado para fazer uma entrevista. Meu coração disparou na hora e já sabia que isso não era um bom sinal. Me preparei para a entrevista e fui. Um outro detalhe importante, eu já havia feito uma entrevista nesta mesma empresa a uns dez anos atrás e eu não fui bem no processo seletivo, me enrolei nas perguntas, gaguejei, foi um tremendo fiasco e por isso acabei não sendo contratado e aquilo me gerou um certo trauma.
E lá vamos nós de novo para a segunda tentativa, desta vez mais preparado e mais experiente. Decorei respostas de perguntas que poderiam ser feitas, ensaiei respostas, gestos etc. Mas infelizmente mais uma vez eu fui mal na entrevista, as palavras não saiam na hora de responder as perguntas, toda aquela memória negativa da primeira entrevista veio a tona e com isso me dei mal mais uma vez. Só para vocês terem uma ideia a vaga nem era tão boa assim, era bem abaixo do meu nível de formação e eu só estava indo mais pela empresa e pelos benefícios. Porém como eu disse não deu certo e creio que o que mais tenha me atrapalhado foi a grande expectativa que criei somada ao trauma da última vez. O engraçado era que nas diversas outras entrevistas que fiz eu não ficava nervoso nem nada do tipo mas daí imediatamente me bateu uma luz e eu me liguei o que era.
Quando eu ia para as entrevistas mas sem expectativa de ser
contratado, muitas vezes até sem vontade de ir eu me dava muito bem, falava
bem, desenvolvia assuntos, argumentos etc. Ou seja, pra mim funcionava a
técnica do foda-se, se eu tacava o foda-se e ir sem pretensão alguma de ser
contratado eu me dava bem.
Com isso em mente passei a não mais criar expectativas em
trabalho algum, e quando aparecia alguma entrevista eu ia sem textos decorados
nem nada do tipo. Eu havia decidido que responderia as perguntas
espontaneamente. Obviamente que eu estudaria as melhores respostas para
perguntas chaves e usaria aquele conhecimento para agregar as minhas respostas
da forma mais tranquila e natural possível.
Com este novo modo de pensar e agir consegui um novo emprego muito melhor do que eu imaginava que conseguiria. No entanto trabalhar não é a atividade mais prazerosa que existe, bem longe disso. Ser CLT não é fácil e todos sabemos das dificuldades e desafios que enfrentamos no dia a dia. Trabalhar é bem chato essa é que é a verdade, a rotina, as cobranças a burocracia tudo isso é só pra encher o saco. O caminho pra a independência financeira é difícil meus caros. Por isso a importância de tentar balancear a jornada e deixar ela um pouco mais agradável.
E sobre este trabalho e minha
nova função eu deixarei para contar no próximo post.
Até lá 😉